O que significa para a democracia que políticos tentem governar e legislar para todos a partir dos preceitos da sua própria religião? Já não é possível entender a dinâmica da política (nem das políticas) sem considerar como o discurso religioso é utilizado como instrumento de legitimação, como arma de disputa e como matéria prima de capital eleitoral. Se em certa forma isto sempre aconteceu, não se tem dúvidas de que o pentecostalismo introduziu uma nova e mais intensa inflexão neste fenômeno, questionando os fundamentos da laicidade do estado e da liberdade religiosa de todos. Josué de Souza analisa este fenômeno em Santa Catarina com notável competência. Ele nos mostra como esta é uma dimensão crucial para entender os processos de legitimação dos nossos representantes políticos e das concepções de desenvolvimento as quais estamos atrelados. O leitor encontrará aqui muitas respostas sobre como funciona nossa comunidade política, e encerrará o livro com novas e instigantes perguntas sobre a quantas anda a democracia no Brasil.